Iniciou nesta terça-feira (23), o prazo de submissão de propostas para a Chamada Pública que visa transformar o conhecimento acadêmico em soluções práticas para os problemas históricos do interior do estado. A iniciativa, coordenada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi), prevê a criação dos Núcleos de Inteligência Territorial (NIT).
O projeto é um braço estratégico do Centro de Inteligência em Economia e Estratégia Territorial (CIET), vinculado à Secretaria de Planejamento (Seplan). O objetivo central é descentralizar o desenvolvimento, utilizando ciência e tecnologia para mitigar deficiências estruturais específicas de cada geografia e vocação econômica piauiense.
Ciência aplicada e rede de pesquisa
Diferente de editais de pesquisa básica, o foco do NIT é a produção de conhecimento territorializado. De acordo com o edital, as propostas devem ser desenvolvidas obrigatoriamente em rede, envolvendo no mínimo três instituições de Ensino Superior (IES) ou Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) públicas sediadas no Piauí.
Para garantir a capilaridade, a regra exige que ao menos uma dessas instituições esteja localizada dentro do próprio território definido como prioritário no projeto.
“A missão é integrar pesquisadores, gestores públicos e comunidades locais para gerar soluções que alinhem o desenvolvimento sustentável aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU”, afirma o texto da chamada.
Estrutura e Investimento
O investimento total é de R$ 3.283.200,00, oriundos do Tesouro Estadual. O montante apoiará quatro propostas de soluções técnicas ou tecnológicas, sendo uma para cada território prioritário definido pelo edital:
| Território | Foco das Soluções Técnicas e Tecnológicas |
| 1. Cocais | Soluções que integrem a valorização de rejeitos da atividade de mineração e a recuperação de áreas degradadas, e que tragam benefícios sociais, ambientais e econômicos para as comunidades locais |
| 2. Planície Litorânea | Soluções portuárias sustentáveis que conciliem eficiência logística com preservação costeira, estimulando a integração territorial, a valorização da bioeconomia local e o fortalecimento da economia regenerativa no território da Planície Litorânea. |
| 3. Serra da Capivara | Soluções para o fortalecimento da cadeia produtiva do turismo responsável e da economia criativa circular, com destaque para o artesanato local, promovendo dinamização econômica, competitividade regional e consolidando o território como referência em turismo sustentável e em salvaguarda do patrimônio arqueológico e natural piauiense. |
| 4. Tabuleiros do Alto Parnaíba | Soluções logísticas voltadas para implantação de agroindústrias locais para o processamento sustentável de produtos agropecuários ou aproveitamento de resíduos para a produção de bioinsumos e bioprodutos, estimulando a inovação tecnológica, a autonomia produtiva e o fortalecimento da economia regenerativa no território do Alto Parnaíba. |
As equipes de trabalho devem focar na renovação do quadro científico estadual:
- Coordenação: Pesquisadores vinculados a IES ou ICTs públicas do Piauí.
- Equipe Executora: Presença obrigatória de bolsistas mestres ou doutores.
- Iniciação Científica: Integração de estudantes de graduação para a resolução de problemas reais de campo.
Gestão baseada em dados
Com o lançamento dos núcleos, o Piauí busca consolidar o modelo de “Gestão Baseada em Dados”. A ideia é que a inteligência territorial forneça subsídios técnicos para que o governo oriente investimentos públicos de forma mais assertiva e consiga atrair parcerias privadas com maior segurança jurídica e técnica.
Como participar
Os pesquisadores interessados têm pouco menos de três meses para estruturar as redes de pesquisa e submeter os projetos.
- Prazo de inscrição: de 23 de dezembro de 2025 até às 23h59min (horário de Brasília) do dia 13 de março de 2026.
- Onde se inscrever: exclusivamente pela plataforma SIGFAPEPI.
- Público-alvo: pesquisadores de instituições públicas de ensino e tecnologia do Piauí.
Clique aqui para acessar o edital.