O Piauí dá mais um passo importante no cenário da sustentabilidade energética com a aprovação do projeto “Tecnologias Sustentáveis para Transição Energética a partir de Fontes Renováveis do Bioma Caatinga” (H2V-PI) na Chamada Pública MCTI/FINEP/FNDCT/CENTROS TEMÁTICOS 2023. Desenvolvido pela Universidade Federal do Piauí (Ufpi) em parceria com a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi), o projeto busca revolucionar a produção de hidrogênio verde (H2V) utilizando recursos abundantes do bioma Caatinga, como energia solar e biomassa, e explorar novas tecnologias de armazenamento em argilas regionais.

Coordenado pela professora Dra. Josy Anteveli Osajima e pelo professor Dr. Edson Cavalcanti da Silva Filho da Ufpi, o projeto integra áreas estratégicas como Transição Energética, Transformação Digital e Transição Ecológica, contempladas pela chamada pública. A iniciativa conta com financiamento de R$ 14.542.696,81 (quatorze milhões, quinhentos e quarenta e dois mil, seiscentos e noventa e seis reais e oitenta e um centavos), o que permitirá a aquisição de equipamentos de ponta, a realização de testes em escala piloto e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, como membranas para eletrolisadores feitas a partir de materiais regionais e reciclados.

“Este projeto é um marco na promoção da sustentabilidade energética, unindo ciência, inovação e os recursos renováveis do bioma Caatinga para posicionar o Piauí como líder nacional nessa área, essencial para um futuro mais limpo e próspero para toda a sociedade. Saliento o papel da cooperação entre as instituições envolvidas e agradeço à Fapepi pelo apoio nessa jornada”, destacou Josy Anteveli, coordenadora da proposta.

Ciência e inovação com impacto regional

O estímulo para a submissão da proposta veio do Núcleo de Altos Estudos de Energias Renováveis da Fapepi, do qual participam os membros do projeto. Com uma equipe multidisciplinar formada por pesquisadores da Ufpi e da Uespi, o H2V-PI combina competências em química, engenharia, física e biotecnologia. Entre os objetivos da pesquisa estão o desenvolvimento de semicondutores e catalisadores para eletrolisadores, o tratamento de águas residuais para eletrólise e a obtenção de subprodutos como metano, metanol e amônia verde.

Este vai ser o maior projeto de aplicação de uma linha de pesquisa no estado, será desenvolvido um centro temático na área de energias renováveis. No espaço poderão ser desenvolvidas tecnologias bem como materiais com insumos do próprio território piauiense, além da consolidação de formação e sobretudo, transferência de tecnologia para o setor produtivo do Piauí. Se constituindo assim, como um espaço multidisciplinar, interdisciplinar e interinstitucional em que atuarão diversos profissionais tanto na área de energias renováveis quanto nas áreas de engenharia de materiais, elétrica, química e mecânica.

“Nós pretendemos por meio desse espaço consolidar os primeiros pilares para indústria de energias renováveis do nosso estado, visto que somos os maiores produtores de energias renováveis do país, seja eólica, seja solar e agora o hidrogênio. Então, por meio desse espaço temos a consolidação tecnológica que é o grande problema muitas vezes do desenvolvimento econômico de determinada tecnologia e isso, na verdade, vai ser o grande diferencial para todos nós aqui em nosso estado e uma referência que pode ser replicada em todo o Piauí”, destacou Juan Aguiar, professor da Uespi e coordenador do Núcleo de Formação e Pesquisa em Energias Renováveis do Piauí (NUFPERPI).

Protagonismo no Nordeste

O H2V-PI foi um dos 13 projetos aprovados em todo o Brasil, sendo apenas três da região Nordeste, o que reforça o protagonismo piauiense no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. Além de contribuir para a transição energética, o projeto promete gerar impactos sociais e econômicos no Piauí, valorizando recursos locais, criando oportunidades de emprego e atraindo investimentos para o estado.

Segundo o Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação da Ufpi, Rodrigo Veras, a aprovação do projeto é um marco não apenas para a universidade, mas também para o território piauiense. “O H2V-PI reforça a capacidade da Ufpi de liderar pesquisas em áreas estratégicas, com soluções inovadoras que valorizam os recursos da nossa região e contribuem diretamente para o desenvolvimento sustentável do Brasil.”

Veras também destacou que a iniciativa está alinhada aos desafios globais de descarbonização e sustentabilidade. “Estamos empenhados em apoiar projetos que gerem conhecimento e promovam mudanças significativas na economia e na sociedade”, acrescentou.

Com resultados que podem posicionar o Piauí como referência nacional na produção de hidrogênio verde, o projeto reforça a importância da parceria entre Ufpi, Uespi e Fapepi para o avanço da ciência e da inovação não somente no território piauiense, mas no Brasil.

O Piauí consolidou seu protagonismo nacional ao conquistar posições de destaque na 2ª edição do Prêmio PI nas Escolas, promovido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A iniciativa, que busca fomentar o ensino de Propriedade Intelectual (PI) desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, premiou professores e gestores de instituições públicas e privadas que inovaram ao incorporar a temática em projetos pedagógicos.

Nesta edição, o estado foi destaque em número de inscrições . No quesito vencedores ficou atrás apenas do Rio de Janeiro. Entre os premiados piauienses, figuram a professora Dandara Bacelar da Escola Família Agrícola Baixão do Carlos, em Teresina e o professor Jakson Moreira, do CETI Maria Antonieta Torres dos Reis Veloso, em Valença do Piauí. Ambos conquistaram o segundo lugar em suas categorias, evidenciando a força do trabalho educativo no estado.

Dandara Bacelar: inovação no campo e na cidade

Bolsista do Programa de Iniciação Científica Júnior (Pibic-Jr) da Fapepi, a docente Dandara Bacelar se destacou com dois projetos premiados nas categorias Planeta e Criatividade. Desenvolvidos com alunos da Escola Família Agrícola Baixão do Carlos, localizada na zona rural de Teresina, seus trabalhos abordaram o aproveitamento sustentável de recursos naturais e a produção artística como ferramentas de conscientização ambiental.

A escola atende estudantes de comunidades rurais e bairros periféricos da capital, como Vale do Gavião e Santa Bárbara, além de cidades vizinhas, como União e David Caldas. Para Dandara, o prêmio reflete o impacto positivo da educação integrada à realidade local: “É uma honra enorme ver o resultado do esforço e da criatividade dos nossos alunos sendo reconhecido no Prêmio PI nas Escolas. Trabalhamos em dois projetos que foram premiados nacionalmente, cada um com uma proposta única, mas ambos comprometidos com a inovação, sustentabilidade e transformação social”, destacou.

Jakson Moreira: tecnologia e empreendedorismo em Valença

No município de Valença do Piauí, a 215 km de Teresina, o professor Jakson Moreira utilizou sua expertise em sistemas de informação e inovação para desenvolver o projeto “Integrador Aplicado: Criação de Site da Escola e Protótipos de Aplicativos com Aplicação da Propriedade Intelectual”.

Trabalhando com estudantes do 1º ano do Ensino Médio no CETI Dona Maria Antonieta Torres dos Reis Veloso, Jakson introduziu conceitos de PI no desenvolvimento de soluções tecnológicas para a comunidade escolar. “Estou muito honrado e feliz por ver nosso trabalho reconhecido em um prêmio tão importante. Esse projeto foi um esforço conjunto entre professores, alunos e a equipe da escola do CETIMA, que não mediram esforços para que tudo desse certo. Acredito que ensinar sobre propriedade intelectual e valorização das criações dos alunos é essencial para prepará-los para o futuro, e esse reconhecimento é uma prova de que estamos no caminho certo”, destaca o professor, que também é especialista em empreendedorismo e inovação pelo IFPI.

Piauí na vanguarda nacional

Além do sucesso dos premiados, o Piauí obteve uma participação expressiva no número de inscrições, resultado de uma ampla articulação entre a Fapepi, o Inpi e a Secretaria Estadual de Educação (Seduc). A iniciativa foi amplamente divulgada por gestores regionais e diretores escolares, que incentivaram professores a submeterem projetos.

Para o presidente da Fapepi, João Xavier, o reconhecimento nacional reforça o potencial inovador do estado: “O Piauí mostrou que a educação e a ciência caminham juntas para transformar a realidade. Premiações como esta evidenciam o trabalho de professores dedicados e o impacto que a Propriedade Intelectual pode ter na formação de uma geração mais consciente e criativa”.

Educação para um futuro inovador

A Propriedade Intelectual, que abrange direitos relacionados a invenções, marcas e obras artísticas, é fundamental para fomentar inovação e empreendedorismo. O Prêmio PI nas Escolas divide os projetos inscritos em três dimensões de ensino: Formação Inicial (Educação Infantil e Ensino Fundamental), Medial (Ensino Médio, Técnico e Profissionalizante) e Final (Ensino Superior)— e cinco categorias temáticas: Criatividade, Cidadania, Tecnologia, Planeta e Negócios.

O resultado dos vencedores foi divulgado no último dia 04 de dezembro e a premiação acontecerá no Rio de Janeiro dia 11 de dezembro no evento de aniversário do INPI. Na  oportunidade, 90 finalistas serão premiados com certificados, 30 vencedores regionais receberão  R$ 3.000,00 e um certificado de vencedor. A grande vencedora entre todas as regiões receberá o título de Educadora PI+STEAM do Ano, com premiação de R$ 15.000,00. Assim como, o melhor projeto geral será premiado com o título de Educador de PI do Ano e o mesmo valor de R$ 15.000,00.

No ranking geral das escolas de Ensino Médio de todo o Brasil, os projetos da professora Dandara Bacelar conquistaram o 1° e o 7° lugar enquanto o trabalho do professor Jackson Moreira alcançou 4°. Já na classificação geral das escolas piauienses, a docente alcançou respectivamente o 1° e o 3° lugar e Jackson a 2° posição, se classificando assim entre os 30 vencedores regionais que receberão a quantia de R$3.000 mil reais mais o certificado de vencedor.

Com resultados expressivos e iniciativas que unem educação e inovação, o Piauí firma sua posição de destaque na promoção de uma cultura de respeito à criação intelectual e no estímulo ao protagonismo juvenil. A expectativa é de que o estado continue avançando e inspirando outros educadores a integrar a PI em suas práticas pedagógicas.

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Nesta terça-feira (3), das 18h às 19h, o podcast do Tecnova 3 Piauí será transmitido ao vivo pelo YouTube no Canal Educação, trazendo uma discussão sobre o tema “Oportunidade de Negócios: Inovação em Empresas Piauienses”.

O encontro vai reunir grandes nomes do ecossistema de inovação do estado, como a gestora da Startup Piauí, Luciana Tsukada, a diretora de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Fapepi, Eliciana Vieira, a representante do SENAI, Alexandra Ribeiro e o pós-doutor e mentor em inovação Marcus Linhares — que participou do programa Tecnova 2.

A iniciativa faz parte do programa Tecnova 3 Piauí, que busca fomentar a inovação nas empresas do estado, fortalecendo o empreendedorismo e criando novas oportunidades de negócios. Durante o podcast, os convidados vão abordar as últimas tendências e desafios enfrentados por startups e empresas inovadoras no Piauí.

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Na manhã desta segunda-feira (25), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) sediou uma importante reunião entre as fundações de apoio à pesquisa do Ceará, Piauí e Maranhão para planejar ações conjuntas no semiárido nordestino. O encontro contou com a presença do professor João Xavier, presidente da Fapepi, Raimundo Costa, presidente da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Nordman Wall, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), e do professor Ademir Sérgio, da Universidade Federal do Piauí (Ufpi).

O principal tema da reunião foi a criação de uma rede colaborativa para enfrentar o problema da desertificação, um desafio ambiental e socioeconômico que atinge de forma severa os estados do Nordeste brasileiro.

Professor João Xavier destacou a importância estratégica da parceria entre as fundações. “Essa é uma iniciativa de muitos projetos que vamos desenvolver em áreas comuns aos três estados. Hoje cedo, começamos com a proposta de criação de uma rede que vai tratar da desertificação. É um passo inicial, mas com grande potencial de impacto para nossas regiões”, afirmou o presidente da Fapepi.

Para Raimundo Costa, da Funcap, a colaboração é uma oportunidade para unir esforços em torno de uma questão que afeta profundamente o semiárido nordestino. “Nós, do Ceará, realizamos essa parceria com muita alegria. Maranhão, Piauí e Ceará são estados irmãos, e a ideia é desenvolver um projeto em comum, levando em conta as características e particularidades de cada estado. Essa rede de estudos será essencial para combater a desertificação e promover a melhoria dessas regiões. Estou confiante de que daqui sairemos com um grande projeto”, declarou.

Nordman Wall, da Fapema, também enfatizou o impacto social e econômico da iniciativa. “Sinto-me honrado em ter sido acolhido aqui pelo Xavier e pelo Raimundo. Essa parceria é muito importante para o Maranhão e para toda a região. Tenho certeza de que, com os esforços conjuntos, teremos um projeto que vai impactar significativamente nossos estados. A Fapema se sente honrada de participar desse momento único, pensando em soluções de pesquisa para o Maranhão, Piauí e Ceará”, comentou.

Ainda durante o encontro, o professor Ademir Sérgio, listado entre os cientistas mais influentes do mundo e especialista em soluções sustentáveis para o semiárido, apresentou dados preliminares que evidenciam o avanço da desertificação na região e reforçou a necessidade de ações urgentes.

A criação da rede de estudos contra a desertificação marca o início de um esforço conjunto que busca aliar ciência e políticas públicas para transformar a realidade do semiárido brasileiro. A iniciativa é um exemplo de como a colaboração regional pode ser um motor de desenvolvimento sustentável, promovendo soluções que beneficiam milhões de nordestinos.