A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) realizará do dia 8 ao dia 10 de novembro de 2022 a oitava edição da Jornada Científica, que teve como origem a Mostra de Iniciação Científica relizada em 2014. Com o objetivo de dar oportunidade aos estagiários e bolsistas apresentarem seus trabalhos de pesquisa desenvolvidos na Embrapa Meio-Norte, a Mostra de Iniciação Científica superou as expectativas e confirmou a necessidade de sua realização no ano seguinte, com uma estrutura reformulada para o fomato de jornada científica. Desde então a Jornada Científica da Embrapa Meio-Norte é realizada anualmente com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Piauí (FAPEPI) e é considerada um importante evento científico inserido no calendário de eventos da Unidade.
A submissão de trabalhos é restrita a estagiários e bolsistas de graduação e pós-graduação orientadas por pesquisadores e analistas da Embrapa Meio-Norte e inscritos no evento. Os resumos simples são direcionados aos alunos que têm resultados de pesquisas no período do estágio/bolsa. Já os resumos expandidos, podem ser apresentados por alunos que não possuem resultados de pesquisa. Nesse caso, serão aceitos resumos no formato de “revisões sistemáticas e revisões bibliográficas”. Cada inscrito, segundo o pesquisador Edvaldo Sagrilo, coordenador da Jornada, pode apresentar até dois resumos.
Nos anos de 2020 e 2021, as Jornadas Científicas foram realizadas de forma remota, devido a necessidade de isolamento social decorrente da pandemia de covid-19. Já na edição de 2022, o evento acontecerá de forma híbrida, com mesas redondas e palestras apresentadas virtualmente. Já a apresentação dos trabalhos pelos estudantes será presencial, no auditório central da Unidade, com a participação de público para interação. Os estudantes deverão também gravar um vídeo, de curta duração, com a síntese da apresentação. Os vídeos serão veiculados nas redes sociais da Embrapa Meio-Norte.
A oitava Jornada Científica da Embrapa Meio-Norte (Teresina/PI) está confirmada para o período de oito a dez de novembro. As inscrições estão abertas e podem ser feitas até o dia 23 de setembro, no endereço eletrônico. A apresentação de trabalhos, em formato de resumos simples e expandidos, só é permitida a estagiários e bolsistas de graduação e pós-graduação, que são orientados por pesquisadores e analistas da Embrapa Meio-Norte.
Formato híbrido
Os resumos simples são direcionados aos alunos que têm resultados de pesquisas no período do estágio/bolsa. Já os resumos expandidos podem ser apresentados por alunos que não possuem resultados de pesquisa. Nesse caso, serão aceitos resumos no formato de “revisões sistemáticas e revisões bibliográficas”. Para apresentar os trabalhos é necessária a realização de inscrição no evento. Cada inscrito, segundo o pesquisador Edvaldo Sagrilo, coordenador da Jornada, pode apresentar até dois resumos.
Em 2022, o evento acontecerá de forma híbrida, com mesas redondas e palestras apresentadas virtualmente. Já a apresentação dos trabalhos pelos estudantes será presencial, no auditório central da Unidade, com a participação de público para interação. Os estudantes deverão também gravar um vídeo, de curta duração, com a síntese da apresentação. Os vídeos serão veiculados nas redes sociais da Embrapa Meio-Norte. As orientações para gravação dos vídeos serão disponibilizadas na página da Jornada Científica na internet.
Até dezembro de 2022 a Embrapa Meio-Norte inicia um projeto de transferência de tecnologia, no semiárido do Piauí, para melhorar a produtividade sustentável de caprinos e ovinos. O foco das ações será no avanço de alternativas de alimentos, com o uso de bioinsumos e irrigação, na produção de forrageiras e volumosos, de forma estratégica, garantindo, assim, alimentação aos animais no período mais seco do ano, que vai de setembro a dezembro.
O eixo do projeto será uma unidade de referência tecnológica, no campo experimental da Embrapa no município de São João do Piauí, a 458 quilômetros ao sul de Teresina. Produtores dos municípios de Dom Inocêncio, Nova Santa Rita, Bela Vista, Conceição do Canindé, São Francisco de Assis, Queimada Nova, Betânia, Jacobina, Paulistana, Pio IX, Picos, Geminiano e Itainópolis também receberão treinamentos.
Francisco Monteiro, o coordenador do projeto, disse que uma unidade de referência tecnológica “servirá de base de apoio para intercâmbio de produtores, dias de campo, visitas técnicas e parte prática dos cursos/treinamentos, quando serão disponibilizados materiais propagativos e insumos”.
Piauí é destaque
As capacitações, segundo ele, vão direcionar os criadores na produção e conservação de forragem, e no uso de boas práticas de manejo alimentar de caprinos e ovinos. O projeto foi lançado em junho deste ano, no município de Picos. A equipe de trabalho já visitou mais oito municípios, selecionando produtores.
Segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal, do IBGE, em 2020, o Piauí é o terceiro no ranking na produção de caprinos, com 1,9 milhão de animais. A Bahia permanece à frente, em primeiro lugar, com 3,6 milhões de cabeças. O Estado de Pernambuco é o segundo colocado, com um plantel de 3,1 milhões.
No Piauí, o município de Dom Inocêncio, no sudoeste, a 615 milhas de Teresina, concentra o maior número de caprinos: cerca de 50 mil animais. Quanto à criação de ovinos, o Estado está na quinta posição, com 1,7 milhões de cabeças. A Bahia continua na primeira posição, com cerca de 4,5 milhões de animais.
Dentro de quatro anos, o Estado do Piauí pode se consolidar como um dos grandes produtores e exportadores de frutas do Nordeste, a exemplo da Bahia, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. A Embrapa Meio-Norte (Teresina/PI) já começou a implantar um projeto de transferência de tecnologias e inovação em fruticultura, o ProFruti, nos polos dos Tabuleiros Litorâneos (Parnaíba), Platôs de Guadalupe (Guadalupe), Marrecas-Jenipapo (São João do Piauí) e Alto Canindé-Barragem Joaquim Mendes (Conceição do Canindé).
A acerola já é produzida em grande escala no polo Tabuleiros Litorâneos. Foto: Léa Cunha / EMBRAPA
A meta maior do projeto é aumentar em pelo menos 30% a produtividade e a produção de frutas, impactando positivamente, em cerca de 10%, o desenvolvimento regional. As áreas, segundo o pesquisador Valdemício Ferreira, que coordena o ProFruti, já estão sendo preparadas para instalações das unidades de referência tecnológicas. “O trabalho está avançando com o arado, gradagem, correção do solo, instalação dos sistemas de irrigação e preparação das mudas das fruteiras”, anunciou.
Já começaram também os treinamentos dos técnicos da extensão rural e de produtores. Serão realizados oito cursos, capacitando no mínimo 100 multiplicadores de informações tecnológicas. A previsão do pesquisador é de que até novembro deste ano as 23 unidades de referência tecnológicas estejam instaladas nos quatro polos. “O projeto quer transformar o Estado num grande polo produtor de frutas da região, como acerola, banana, goiaba, maracujá e uva”, espera.
Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI), com apoio direto da Câmara Setorial Estadual de Fruticultura, o projeto tem 13 planos de ação e uma equipe de 13 pesquisadores, dois analistas e três assistentes técnicos, além de parceiros especialistas em melhoramentos de plantas, irrigação e drenagem , fitopatologia, entomologia, pós-colheita, solo e nutrição de plantas e métodos quantitativos.
Os quatro polos de produção de frutas no Piauí estão instalados estrategicamente nas regiões norte, centro-sul e sudeste, com milhares de hectares explorados com milho, feijão e frutas. A ideia do ProFruti é adaptar e transferir tecnologias de cultivo, manejo, produção e agregação de valor às fruteiras tropicais ali cultivadas, para o desenvolvimento integrado e sustentável com inovação.
Fonte: Fernando Sinimbu (654 MTb/PI) / Embrapa Meio-Norte
A Embrapa Meio Norte, em parceria com o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER e a Fazenda da Paz realizou o Curso de Processamento Agroindustrial do Cajá, que foi executado em duas etapas, sendo a primeira nos dias 31 de março e 01 de abril e a segunda, nos dias 07 e 08 de abril, na Comunidade Terapêutica Nova Esperança – Fundação da Paz.
A capacitação tem como público os internos da Comunidade Terapêutica Nova Esperança (Fazenda da Paz), moradores da comunidade, alunos da Escola Família Agrícola (EFA) do povoado Soinho (Teresina) e técnicos da Emater.
O curso é uma realização da Embrapa Meio-Norte, da Emater e da Fazenda da Paz e é uma das atividades do projeto “Geração de tecnologias para o cultivo sustentável da cajazeira” financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI).
O objetivo do curso foi promover a formação de multiplicadores em boas práticas no processamento do cajá, fruto encontrado facilmente na região e comercializado principalmente na forma de polpa, sorvetes e sucos.
Durante a capacitação, os participantes foram orientados sobre produção de polpa, geleia de cajá com e sem pimenta, iogurte saborizado com polpa de cajá e sorvete. As aulas foram ministradas por Márcia Ferreira Damasceno, extensionista e nutricionista da Emater, que também orientou sobre as práticas do processo de fabricação.
Foram também apresentadas informações sobre empreendedorismo e negócios, associativismo e impacto ambiental no âmbito do processamento do cajá. Essa parte foi ministrada por Geyson Coutinho Moura, extensionista da Emater.
Na última sexta-feira, dia 8 de abril, no final do curso, houve degustação dos produtos elaborados durante a capacitação.
A produção de cajá (Spondias mombin L.), fruto também conhecido como taperebá, começa a ganhar força. No Piauí, um sistema de produção construído com um pacote tecnológico da Embrapa apresenta resultados animadores. Em um dos experimentos, em Teresina, a produção, em seis hectares, saltou de 3,4 toneladas em 2021 para 8,1 toneladas até o dia 21 de março deste ano. “Eu acredito que vamos colher entre 15 e 20 toneladas nesta safra”, prevê o produtor João José Neto, parceiro do projeto no sítio Tuturubá, na zona rural norte, a 26,7 quilômetros do centro da capital piauiense. A colheita de cajá no Norte e no Nordeste vai até maio.
Aumento de produção poderia abastercer a indústria de suco do Piauí que hoje compra cajá de outros estados.Foto: Ronaldo Rosa
O sítio de JJ Neto, como é mais conhecido o engenheiro civil aposentado de 77 anos, começou o plantio de cajazeiras em 2013. A primeira colheita aconteceu em 2017, com uma produção de quase uma tonelada. Com as tecnologias da Embrapa sendo calibradas a partir de setembro de 2020, o otimismo tomou conta do produtor. “A decisão de plantar cajá veio por acaso, por sugestão de um ex-empregado. Agora, com a alta produtividade, o meu pensamento é transformar a propriedade em uma agroindústria, aproveitando também os cultivos de caju, acerola e manga,” revela José Neto. Já existe uma produção de polpa de cajá no local, elaborada de forma caseira, vendida a R$ 5,00 o pacote de 500 gramas e a R$ 8,00 a embalagem de um quilo.
A excelente performance produtiva, segundo o produtor, é atribuída à fertiirrigação aplicada no pomar. O trabalho executado pelo pesquisador Valdemício Ferreira de Sousa na área obedeceu os critérios técnicos com dosagens de nitrogênio, fósforo e potássio, via água de irrigação e com frequência de aplicação de 20 dias. “Cada experimento é composto por 108 plantas úteis de cajazeira plantadas no espaçamento de dez metros por dez metros, em uma área total de 3,20 hectares dos dois experimentos”, relata o pesquisador.
Telado garante a colheita
No município de Água Branca, a 97 quilômetros ao centro-norte de Teresina, outro parceiro do projeto também se destaca. O produtor e engenheiro-agrônomo Júlio César Lopes da Costa, de 44 anos, vem apoiando o trabalho produzindo clones de cajazeiras de qualidade superior e num experimento com telados. Neste, ele está conseguindo uma colheita de 100% da produção. “Sem as telas, a quebra na colheita era de 40%”, revelou.
Foto: Embrapa Meio-Norte
Outro dado animador do sítio Sambaíba, que fica a apenas três quilômetros do centro do município, é que o tempo de colheita é reduzido em pelo menos uma hora e trinta minutos em fileiras de 20 plantas. O telado no Sambaíba tem 4,5 metros de largura por 100 metros de comprimento entre as fileiras de plantas, suspenso e amarrado aos troncos das árvores. No Sul do Brasil, o uso de telas, cobrindo as plantas, é para proteger principalmente os parreirais da ação dos pássaros e das chuvas de granizo.
O histórico de produção de cajá de Costa é considerado muito bom. Também em seis hectares e trabalhando de forma empírica, ele registrou os números dos últimos quatro anos, a produção que em 2018 era de oito toneladas mais do que dobrou em 2021 alcançando 18 toneladas, e até o dia 21 de março de 2022 o produtor já tinha colhido 15 toneladas. Toda a produção é vendida a duas agroindústrias do município de Água Branca (PI), a R$ 1,70 o quilo.
A modelagem do sistema de produção de cajá está sendo feita por uma equipe de sete pesquisadores da Embrapa Meio-Norte (PI), com ações como a seleção de clones, manejo de irrigação na fase reprodutiva da cajazeira, identificação de pragas e doenças, definição da forma de colheita, avaliação da restrição radicular da planta, avaliação da desfolha na indução floral e estabelecimento de doses de nitrogênio, fósforo e potássio para a produção. Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi), vinculada ao Governo do Estado, com orçamento de R$ 400 mil, o projeto segue até 2024, de acordo com o pesquisador Eugênio Emérito Araújo, que coordena os trabalhos.
Aumento gradual da produção até o oitavo ano
Foto: Fernando Sinimbu
Um estudo dos pesquisadores do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) José Severino de Lira Júnior e João Emmanuel Fernandes Bezerra e do pesquisador da Embrapa Ildo Eliezer Lederman, já aposentado, demonstrou que as cajazeiras enxertadas iniciam a produção a partir do quarto ano após o plantio. Segundo o trabalho, em condições favoráveis de cultivo, cada planta pode produzir cerca de 40 kg, totalizando aproximadamente 6,2 toneladas de frutos por hectare, adotando o espaçamento de oito metros por oito metros. De acordo com o estudo, nos anos posteriores a produção aumenta gradativamente, estabilizando-se a partir do oitavo ano.
Mais de 90% da matéria-prima vem de outros estados
Foto: Embrapa Meio-Norte
O mercado de polpa de frutas no Piauí acena com empolgação para o projeto. “Foi uma grande ideia, pois cerca de 90% do cajá demandado pelas indústrias de polpa de frutas vem de fora. É um produto de aceitação popular grande, mas que às vezes esbarra no valor”, comenta o agroindustrial Marcio Leonardo Ribeiro Teixeira, gerente da empresa Fruta Polpa, de Teresina.
Com uma produção maior, no entender dele, a melhor oferta de matéria-prima a indústria poderia melhorar a qualidade da polpa. A empresa processa hoje entre 620 a 650 toneladas de polpa por mês. Desse total, 13% são de polpa de cajá. A produção é vendida também para os estados do Maranhão, Ceará, Pará, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal. Teixeira conta que a Polpa Fruta compra matéria-prima principalmente do Estado da Bahia. Em Teresina, o pacote de 500 gramas de polpa de cajá é vencido nos supermercados com preços que variam de R$ 5,40 a R$ 8,30. O Piauí tem hoje dez agroindústrias processando polpas de frutas.
Cajá é fonte de vitaminas
Foto: Ronaldo Rosa
Rica em sais minerais, como o fósforo, ferro e cálcio, a cajá é uma grande fonte de vitaminas A, B e C e de fibras, que aumentam a sensação de saciedade e têm poucas calorias. Além de o estado in natura, ela é também consumida como suco, sorvete, licores, vinho, geleia e na caipirinha.
A cajazeira (Spondias mombin L.) é originária da América Tropical. Tem folhas verdes e se adapta bem ao clima quente, alcançando uma altura de até 30 metros. O diâmetro do caule chega a 120 centímetros. “O ideal seria que a árvore alcançasse entre seis e oito metros de altura, o que facilitaria muito a colheita e os tratos culturais,” declara o pesquisador Eugênio Emérito Araújo. Por esse motivo, uma das ações do projeto é desenvolver cajazeiras de menor porte.
Araújo explica que o gênero Spondias, pertencente à família Anacardiaceae, possui 18 espécies distribuídas nos neotrópicos, Ásia e Oceania. No Nordeste brasileiro, segundo a literatura especializada, destacam-se as espécies: Spondias mombin L. (cajazeira), Spondias purpurea L. (cirigueleira), Spondias cytherea Sonn. (cajaraneira), Spondias tuberosa Arr. Câm. (umbuzeiro) e Spondias spp. (umbu-cajá e umbuguela). “Todas elas são árvores frutíferas tropicais largamente exploradas, no extrativismo como a cajazeira e o umbuzeiro, em pomares domésticos e em plantios desorganizados conduzidos empiricamente como a cajaraneira, a cirigueleira, a umbu guela e o umbu-cajá. O pesquisador ressalta que essas espécies são plantas em domesticação que produzem frutos do tipo drupa de boa aparência, qualidade nutritiva, aroma e sabor agradáveis, ou seja, com bom potencial de comercialização.
Com destaque para a Bahia, que também usa a cajazeira no sombreamento das plantações de cacau, todos os estados nordestinos produzem cajá. A comercialização é feita em feiras livres, ao preço de R$ 3,00 o litro. Mas o fruto ganha espaço mesmo é na indústria de processamento de polpas. No Sudeste, São Paulo é um produtor de pequeno porte, como o Rio Grande do Sul. também produzem, mas em pequena escala. A colheita ainda é feita manualmente, com a coleta dos frutos maduros caídos. Não há registros oficiais de produção e nem de exportação de cajá in natura e seus derivados.
Apresentação dos resultados parciais do projeto “Geração de tecnologias para o cultivo sustentável da cajazeira”
A Embrapa Meio-Norte realizou na sexta-feira, dia 11 de março, uma apresentação a técnicos e produtores os resultados parciais de experimentos do projeto “Geração de tecnologias para o cultivo sustentável da cajazeira” durante dia de campo, no sítio Tuturubá, no Povoado Fonte Boqueirão, zona rural de Teresina, PI.
O evento teve início às 8h e foi dividido em cinco seções. Na primeira, contou com apresentação do pesquisador Lúcio Flávio Vasconcelos com o tema “Controle do crescimento do cajá por restrição radicular”. Esse experimento consiste em manter as cajazeiras com porte baixo para facilitar tanto a colheita como os tratos culturais, como poda e tratos fitossanitários. Na segunda seção, sobre Indução floral, quem conduziu a apresentação foi o pesquisador Eugênio Celso Emérito Araújo. Essa pesquisa, por conta da grande variabilidade do tempo da floração das cajazeiras, o que torna as colheitas mais desuniformes, visa regularizar e uniformizar a produção do cajá, trazendo a possibilidade de antecipar ou retardar sua produção. Outro resultado importante deste projeto foi a comprovação de que o hormônio vegetal etileno tem uma atuação importante no mecanismo de floração do cajá, o que traz a possibilidade de manipular a floração da cajazeira com o uso do etileno.
O pesquisador Lúcio Flávio também apresentou as informações sobre clonagem de cajá, onde foi apresentado 3 tipos de clones desenvolvidos com melhoramento genético. Um deles foi chamado clone Teresina, próprio para consumo in natura. Esse fruto é maior e apresenta uma polpa mais farta que o comum, baixa acidez e maior doçura. Outro clone é o chamado cajá ZLU, também com maior doçura e baixa acidez. E o cajá ácido, que embora não seja muito adequado para consumo direto, apresenta um grande rendimento para a fabricação de sucos.
Na quarta seção, foram apresentados os resultados parciais da tecnologia do processo de Fertirrigação e técnicas de adubação, apresentado pelo pesquisador Valdemício Ferreira de Sousa. Os resultados apresentaram um grande aumento de produtividade do cajá, com um aumento de 300% de rendimento. O evento também contou com apresentação de trabalhos relacionados ao controle de pragas e doenças, especialmente no combate à mosca-das-frutas, com armadilhas de baixo custo.
Finalizando o evento, o pesquisador Carlos César Pereira Nogueira mostrou aos participantes o funcionamento do Sistema de colheita com telas. Um dos problemas na colheita do cajá é a queda do fruto do alto da planta, o que causa rachaduras, perda de polpa e risco de contaminação. Esse sistema de colheita adiciona uma tela embaixo da cajazeira para o fruto não cair no chão, não causando danos ao cajá.
Esse projeto, é oriundo de uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI) e já apresenta resultados consistentes. O evento foi idealizado para mostrar as vantagens do sistema e estimular outros produtores a investirem na produção dessa fruteira nativa.
FAPEPI renova parceria e firma novo acordo de cooperação com a Embrapa Meio Norte
A Fundação de Amparo à Pesquisa no Piauí (FAPEPI) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária da região Meio-Norte (EMBRAPA-Meio Norte) assinaram, no segundo semestre de 2021, dois importantes convênios, uma nova parceria e uma renovação de cooperação iniciada em 2018.
O termo aditivo ao acordo de cooperação técnica referente a geração de tecnologias para o cultivo sustentável da cajazeira foi assinado no dia 25 de novembro de 2021, dando continuidade à parceria iniciada em 2018. O termo estabelece o incentivo à pesquisas e atividades que visem a criação de novas tecnologias para melhoria no cultivo do cajá no Piauí. O termo aditivo visa a prorrogação da cooperação por trinta meses, que trata da integração de esforços entre as partes para execução de trabalhos de pesquisa agropecuária, objetivando a geração de tecnologias para o cultivo sustentável da cajazeira, bem como ajustes das formas do termo de cooperação.
O aditivo trouxe a inclusão de novos entes para a cooperação: O Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí (EMATER) e a Fazenda da Paz Comunidade Terapêutica do Piauí, instituição não-governamental.
O novo acordo de cooperação entre as instituições, intitulado “Transferência de tecnologias e inovação em fruticultura irrigada para os polos prioritários do Estado do Piauí” foi assinado em 21 de setembro de 2021, que dentre outros objetivos, visa ao compartilhamento de tecnologias e novos processos no manejo de fruticultura irrigada, com foco para os polos de produção prioritários do Piauí. O objetivo geral é adaptar e transferir tecnologias de cultivo, manejo, de produção e de agregação de valor às fruteiras tropicais para o desenvolvimento integrado sustentável com inovação no segmento da fruticultura em polos prioritários do Piauí.
“No âmbito desses polos é fundamental contextualizar que, o relacionamento, mesmo que diferenciado, dos agentes da cadeia produtiva ao lado de características específicas do conjunto de produtores e instituições de apoio são importantes para ajudar na compreensão do relativo sucesso que esses polos haverão de alcançar. Aspectos como o nível tecnológico predominante, o padrão de cooperação entre os produtores e entre estes e as instituições de apoio tecnológico etc., serão decisivos para a expansão do nível de produto e de renda na região, atuando de forma sinérgica sobre o marco da inovação tecnológica na cadeia produtiva da fruticultura irrigada no estado do Piauí”, afirmam os idealizadores do projeto.
Também são objetivos da parceria realizar um levantamento e sistematização do acervo de tecnologias já desenvolvidos para as espécies: acerola, banana, goiaba, maracujá, e uva, com possibilidades de ajuste/adaptação e utilização; a instalação de Unidades de Referência Tecnológica em campo com vistas a ajustes e adaptação de tecnologias no âmbito das espécies frutíferas: acerola, banana, goiaba, maracujá e uva; ajustar estratégias de transferência de tecnologia nos polos de fruticultura irrigada, visando o aumento da produtividade e da produção de frutas com qualidade para atendimento ao mercado consumidor nacional e regional; estruturar e instalar, junto com o setor produtivo, ações integradas de transferência de tecnologias e desenvolvimento com inovação na fruticultura, capazes de impactar positivamente o desenvolvimento regional e capacitar, simultaneamente, técnicos e agricultores multiplicadores nas principais tecnologias e estratégias para aplicação e utilização das ações integradas de transferência de tecnologias.
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