Projeto da UFPI desenvolve programa que facilita o diagnóstico de câncer renal

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Estudante desenvolvedor dos softwares, Jair Oliveira
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Suporte aos profissionais de saúde para o diagnóstico de patologias renais, inclusive o câncer, o projeto de iniciação tecnológica do estudante do Curso de Ciências da Computação da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Jair Oliveira, desenvolveu um software “Smart Pathology Plataform” capaz de analisar exames e facilitar o diagnóstico por nefropatologistas, especialistas em doenças renais. O estudo contou com orientação dos professores Vinícius Machado e Keylla Urtiga, conselheira representante da UFPI no Conselho Superior da FAPEPI.

Segundo Vinícius Machado, o programa é fruto de pesquisa defendida no doutorado em Biotecnologia (RENORBIO/UFPI). “Eu tive a oportunidade de coorientar a tese da Nayse Aldeman, em que este mesmo software tinha a funcionalidade voltada ao ensino de medicina. Nesse primeiro momento, a inteligência artificial fazia a leitura das imagens apresentadas pelos alunos, indicando os aspectos e atributos mais relevantes a serem observados”, explicou.

No segundo projeto de iniciação tecnológica do aluno Jair Oliveira, o software adquiriu missão que auxilia no diagnóstico clínico. “O funcionamento é o mesmo do anterior, contudo voltado para o uso profissional. É feita a análise pela inteligência artificial das imagens clínicas e dependendo do tempo de resposta e observação da lâmina renal pelo patologista o diagnóstico pode sair em até 20 segundos. É necessária a confirmação do diagnóstico por um especialista, mas é válida a forma como o software agiliza todo o processo”, frisou o professor Vinícius.

Envolvido nos dois softwares, Jair Oliveira conta do entusiasmo em desenvolver pesquisa acadêmica. “A minha motivação é poder aplicar tudo aquilo que estudamos em um projeto e ver ele ganhar forma. Assim, quando busquei o professor Vinícius para a realização da pesquisa, eu já observava meus colegas no Seminário de Iniciação Científica da UFPI e achava muito empolgante ver a aplicação e funcionalidade dos projetos de estudo”, acrescentou.

Estudante desenvolvedor dos softwares, Jair Oliveira


O estudante ressalta a importância social e acadêmica dos dois programas. “São dois pontos diferentes e que se complementam. No primeiro módulo o estudante vai treinar e ter apoio no processo de ensino-aprendizagem, já na segunda etapa, aquele estudante passa a ser um profissional que vai utilizar a plataforma para a realização de diagnóstico clínico. Portanto, é gratificante ver esses resultados”, disse.

O software “Smart Pathology Plataform” encontra-se registrado pelo Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NINTEC/UFPI).

Com informaões da Ufpi

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UFPI e UFPB desenvolvem pesquisa promissora no tratamento de câncer

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  • Última modificação do post:3 de março de 2021
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Em busca de novas formas e tratamentos para combater o câncer, pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolvem pesquisa inovadora para tratamento de câncer a partir de substância encontrada em planta da região Nordeste. 

A primeira etapa da pesquisa, in vitro, já foi concluída e os resultados encontrados são promissores para um novo componente que trata principalmente do câncer de pele. O objetivo é criar medicamentos mais eficazes e seguros.

Em colaboração mútua, os pesquisadores, Anderson Nogueira Mendes (Departamento de Biofísica e Fisiologia/CCS) e Mariana Helena Chaves (Departamento de Química/CCN), ambos da UFPI, os alunos de pós-graduação da UFPI Elcilene Alves de Sousa, Felipe Alves Batista, Railson Pereira Souza e o professor da UFPB Juan Carlos Gonçalves (Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCF/UFPB)), e com aporte financeiro da FAPEPI pelo edital FAPEPI/MS-DECIT/CNPq/SESAPI n° 002/2016 – PPSUS desenvolveram nanopartículas com alto potencial para aplicação na produção de novos medicamentos com atividade antitumoral. Nenhum medicamento desse tipo ainda foi desenvolvido no Brasil, apesar do enorme potencial e biodiversidade.

O professor Anderson conta que, a partir do aspecto da formação dos pesquisadores, foi proposto um trabalho onde seria considerado um produto derivado do bioma do Nordeste e que possuía potencial para ação antitumoral. A partir disso, foi proposto uma sistemática tecnológica para construir esse protótipo farmacêutico que pudesse, em um futuro próximo, atuar como controle para câncer do tipo melanoma.

O Laboratório de Inovação em Ciências e Tecnologia (LACITEC), onde o pesquisador atua, trabalha com biotecnologia de uma forma geral. Dentre as propostas de desenvolvimento algumas são de sistemas destinados à área de saúde, ações destinadas a algumas questões ambientais e atividades de popularização da ciência. Alguns dos projetos em andamento são destinados à Lesões Gastro-Intestinais, Estética e Castração Química.

O trabalho mencionado anteriormente faz parte da linha de pesquisa de Desenvolvimento de protótipos farmacêuticos utilizando nanotecnologia com os conceitos de sistemas drug delivery e liberação controlada com planejamento para câncer.

“Desde que iniciamos as atividades de pesquisa na Universidade Federal do Piauí temos direcionado algumas atividades pensando nos recursos naturais que o bioma regional possui. Logo, a escolha deve-se às características da Tocoyena hispidula que na cultura popular é chamada dejenipapinho. Temos observado através de alguns estudos que essa planta possui constituintes que possuem uma gama de atividades que vão desde ação antiparasitária a ações fisiológicas. Logo, o grupo decidiu avaliar sua potencial ação em modelos de câncer de pele. Os resultados iniciais indicam que há elementos que poderiam ser utilizados para tais ações. Mas infelizmente não podemos ainda afirmar nada, pois precisamos de mais estudos”, destaca Anderson.

O professor conta que ainda é cedo para falar sobre os impactos da pesquisa, pois são estudos in vitro que necessitam de recursos financeiros para testes em modelos animais até que chegue a modelos humanos. 

Anderson destaca que desde o início das atividades de pesquisa na Universidade Federal do Piauí, foram direcionadas algumas atividades pensando nos recursos naturais que o bioma regional possui. Logo, a escolha é referente às características da Tocoyena hispidula. 

“Foi observado através de alguns estudos que essa planta possui constituintes que possuem uma gama de atividades que vão desde ação antiparasitária a ações fisiológicas. Logo, o grupo decidiu avaliar sua potencial ação em modelos de cânceres de pele. Os resultados iniciais indicam que há elementos que poderiam ser utilizados para tais ações. Porém ainda não é possível afirmar, pois os estudos precisam seguir as próximas etapas”, ressalta. 

Anderson discorre um pouco sobre a necessidade da pesquisa no país e como isso interfere na pesquisa nacional.

“A pandemia da covid-19 mostrou ao mundo o quanto é importante investir em ciência. Temos excelentes pesquisadores no Brasil e alunos com desejo em se dedicar a trabalhar seja na iniciação científica, mestrado e doutorado. Os pesquisadores brasileiros são valorizados fora do Brasil. Mas, infelizmente, no Brasil, não vemos essa valorização. Vemos claramente, a falta de recurso para condução de ciência com qualidade. Se um país, estado ou cidade querem melhorar seus indicadores, sejam eles sociais e econômicos, os gestores precisam ter um olhar para os centros de pesquisa que existem regionais. Dentro das instituições universitárias públicas há a possibilidade de revolucionar uma região. Não faltam ideias ou propostas para inovar e melhorar a qualidade de vida da população. Isso para todas as áreas. Tenho certeza que no dia que houver a comunicação e aproximação entre os gestores de prefeituras, governo do estado e federal com a universidade teremos outro rumo. Deixaremos de importar muita coisa e passaremos a exportar tecnologia. Aliás todo produto desenvolvido dentro de um centro de pesquisa público retorna direto para a população, sem pagamento de royalties”, destaca.

Segundo o pesquisador, ainda há uma série de etapas (considerando estudos em animais e depois em humanos) que devem ser elencadas antes de pensarmos no custo do produto. Mas se o produto apresentar os mesmos efeitos nas mesmas concentrações em animais e humanos, será possível afirmar que seu escalonamento de produção sairá mais barato que muitos produtos que o governo compra para tratamento de tumores. E, de fato, ele tende a ter um custo menor que muitas opções disponíveis no mercado. Isso poderá auxiliar o SUS por exemplo, considerando sua efetividade, e por ser um produto desenvolvido dentro de uma instituição pública, o Brasil não precisaria pagar uma série de encargos que paga ao importar produtos de grandes indústrias farmacêuticas. 

O professor conta que o apoio de instituições como a FAPEPI e outras instituições como a UFPB são necessárias, pois pesquisas grandes como essa precisam de uma gama de informações e de recursos para ser executada.

“Todo projeto de pesquisa grande tem que ser pensado de forma interinstitucional, pois há sempre complementação de ideias, conhecimento e tecnologia. Ninguém faz nada sozinho. Pensamos dessa forma e nossa proposta de formação de pesquisadores é baseada nesse conceito. Formamos sempre profissionais que trabalhem em grupo para termos melhores condições de desenvolver algo bom”, finaliza.

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