O Instituto de Terras do Piauí (Interpi) deu início nesta terça-feira, 2 de dezembro, o I Congresso Científico do Interpi (Cinterpi), um evento inédito que projeta um novo horizonte para a regularização fundiária no estado, ao colocar a política pública no centro do debate acadêmico. Realizado na Universidade Federal do Piauí (UFPI), o Cinterpi, que se estende até o dia 3, com o tema “Avanços e Desafios da Regularização Fundiária”, busca estabelecer um espaço permanente de reflexão e fortalecimento das práticas que sustentam o desenvolvimento territorial piauiense.

O evento, pioneiro no estado e iniciativa do Governo, marca o nível de maturidade institucional do Interpi, que, nos últimos anos, passou de mero executor de ações administrativas a objeto de estudo em diversas universidades do país, graças aos seus avanços técnicos e metodológicos na política fundiária.

A solenidade de abertura contou com a presença e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi), pepresentada pelo diretor técnico-científico, Pedro Soares, que enfatizou a importância do apoio da academia na garantia da cidadania.

”A Fapepi se sente honrada em poder contribuir para uma importante ação do INTERPI que leva cidadania e oportunidades para as pessoas do nosso estado. Hoje no Piauí, a gente sabe que existem cidades inteiras com problema de regularização. Então, a Fapepi está estabelecendo uma importante parceria com o INTERPI, no sentido de verificar a situação da regularização no estado como um todo e assim encontrar mecanismos de atuação, agilidade e desenvolver tecnologias que possam acelerar esse processo de regularização”, destacou Soares.
O congresso conta ainda com o apoio da Fundação Cultural e de Fomento à Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação (Fadex), e patrocínio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
Reunindo pesquisadores, estudantes, gestores e profissionais da área em formato híbrido (presencial e remoto), a comissão científica do congresso aprovou 54 dos 60 trabalhos submetidos, com seis deles sendo premiados como destaques. Toda a produção será publicada nos anais do evento e em um livro científico, consolidando o Cinterpi como referencial documental sobre a temática no Brasil.
O diretor-geral do Interpi, Rodrigo Cavalcante, afirmou que o evento atende a uma demanda histórica por um espaço científico institucionalizado, ressaltando que o Cinterpi representa um marco para a pesquisa e o desenvolvimento da regularização fundiária. Ele argumentou ainda que esta é uma oportunidade única para o compartilhamento de conhecimento, discussão de desafios e avanço na produção científica que impacta diretamente a vida das pessoas e a gestão territorial do Piauí, e que o Instituto está institucionalizando a ciência como ferramenta de transformação e aprimoramento da política fundiária.
Paralelamente, está em exibição uma exposição comemorativa pelos 45 anos do Interpi, com a reunião de documentos, mapas, fotografias e marcos que narram a trajetória do órgão no ordenamento territorial do estado.
Programação em Destaque
O primeiro dia do congresso foi aberto com a Palestra Magna sobre “Regularização Fundiária como Alicerce ao Desenvolvimento Sustentável”, ministrada pelo Prof. Dr. Fonseca Neto, e seguiu com painéis focados em Perspectivas Jurídicas, Desenvolvimento Social, Agricultura Familiar e Povos e Comunidades Tradicionais.
Confira a programação do segundo dia (3 de dezembro):
- 14h – Painel 3: Impactos do Financiamento a Projetos de Regularização Fundiária e aspectos ambientais e sociais nas regiões do semiárido, meio-norte e cerrado.
- 15h30 – Painel 4: Economia, Meio Ambiente e o Setor Produtivo no Piauí.
- 17h30 – Painel 5: Eficiência, Tecnologias, Gestão e Engenharias na Regularização Fundiária.
- Encerramento: Premiação dos 6 trabalhos de destaque.