O Centro de Inteligência em Agravos Tropicais, Emergentes e Negligenciados (CIATEN), organização partícipe do Instituto de Doenças do Sertão, vem fortalecendo sua atuação científica e extensionista com uma ampla agenda de atividades realizadas entre agosto e outubro de 2025. Reuniões, oficinas, cursos e produções audiovisuais marcaram o período, consolidando o papel do Centro como referência na formulação de políticas públicas baseadas em evidências e na integração entre ciência, tecnologia e saúde coletiva.

A Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio do CIATEN, reafirma seu protagonismo na pesquisa em saúde e inovação social, contando com o apoio decisivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI). A fundação é uma das principais financiadoras do Centro, responsável pelo maior número de bolsas destinadas a pesquisadores e estudantes, permitindo a continuidade e a expansão das atividades científicas que impactam diretamente a saúde pública do Nordeste.
CIATEN e sua missão científica

Com foco no aprimoramento do controle de doenças tropicais emergentes e negligenciadas, especialmente no Estado do Piauí, o CIATEN dedica-se à elaboração de políticas públicas sustentadas em evidências científicas, à difusão de conhecimento e ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras. O centro também atua na formação e capacitação de profissionais, na produção de fármacos e dispositivos biotecnológicos e na promoção de parcerias com instituições públicas e privadas voltadas à saúde e à inovação.
Entre os principais agravos estudados e combatidos estão a leishmaniose visceral, dengue, chikungunya, zika, doença de Chagas, hanseníase e os acidentes de trânsito, que representam desafios persistentes à saúde pública e demandam estratégias integradas de prevenção e tratamento.
Planejamento e formação científica
As atividades de agosto tiveram caráter formativo e estratégico. No dia 4, o Dr. Ângelo Brito conduziu reunião de planejamento dos cursos e eventos do Centro. Em 11 de agosto, o Dr. Bruno Guedes deu continuidade às discussões sobre o fortalecimento da agenda científica. Nos dias 18 e 25, as pesquisadoras Olívia Dias e Miriane, em parceria com o professor Fábio Solon, realizaram oficinas de produção de indicadores voltados ao processo de trabalho e avaliação das ações do CIATEN.
Entre os eventos do período, destacou-se o curso Oficina: Inteligência Epidemiológica Aplicada às Doenças Negligenciadas, voltado à capacitação de pesquisadores e técnicos no uso de ferramentas de vigilância e modelagem epidemiológica. O mês também incluiu o IV Congresso de Entomologia do Piauí, o 1º Encontro do Projeto FortNEvs, que reforçou a integração dos Núcleos de Evidências da Rede EVIPNet Brasil, e o Workshop Internacional Advancing Wildlife Conservation Through Molecular Diagnostics, realizado em parceria com o Saint Louis Zoo, nos Estados Unidos.
Durante o workshop, o pesquisador Gabriel Ferreira, do CIATEN e da UFPI, ministrou curso sobre biologia molecular aplicada à conservação da vida selvagem, com destaque para tecnologias de sequenciamento genético e vigilância genômica de patógenos. O evento reforçou o compromisso do CIATEN com a interdisciplinaridade e a inovação em saúde e meio ambiente.
Saúde pública, arte e ciência em diálogo

As reuniões científicas de setembro abordaram temáticas relevantes para a saúde coletiva. No dia 1º, o Dr. Otaliba Libânio de Morais Neto e a Dra. Polyana Maria Mandacarú apresentaram o estudo Avaliação do custo das lesões de trânsito em Teresina. Em 8 de setembro, o pesquisador Ian Barros discutiu o artigo Tendência da Hanseníase no Piauí, publicado na Revista de Saúde Pública.
O mês também contou com o Setembro Roxo, ação educativa e científica sobre a hanseníase, marcada pelo lançamento do documentário A dor da pele, gravado no Centro Maria Imaculada. A produção dá voz a pessoas que vivenciaram a doença, com relatos de dor, superação e esperança. O filme foi roteirizado por Raí Ribeiro, produzido pela Geleia Total e Duo Criativo, com financiamento do Ministério da Saúde e CNPq e apoio da FAPEPI, Governo do Piauí e Universidade Federal do Piauí. A produção executiva é de Fábio Solon, Olívia Dias e Bruno Guedes, que também coordena o projeto pelo CIATEN.
A integração entre ciência e cultura também esteve presente na 19ª Primavera dos Museus, realizada entre 23 e 27 de setembro no Museu do Piauí Casa de Odilon Nunes, com o tema Museus e Mudanças Climáticas. A parceria entre o CIATEN e o Museu promoveu um diálogo sensível entre arte, história e saúde pública, destacando o impacto das doenças negligenciadas no cotidiano das populações mais vulneráveis.
Outro destaque do mês foi o documentário Entrelaçadas: entre vozes que ecoam, selecionado para a mostra competitiva nacional do Festival Internacional de Cinema Socioambiental Planeta.doc 2025. Dirigido por Alisson Carvalho e roteirizado por Fábio Solon, o filme retrata a vida de mulheres com hanseníase em Teresina, expondo as marcas deixadas pela exclusão social e reforçando o papel da ciência e da arte na luta contra o estigma.
Inovação e sustentabilidade em pauta
A agenda de outubro abre com encontros voltados à inovação e sustentabilidade. No dia 6, o Dr. Ângelo Brito coordenou reunião presencial sobre definição de indicadores e fluxos organizacionais dos cursos do CIATEN. Em 13 de outubro, o professor Fábio Solon conduz oficina de planejamento de indicadores. No dia 20, o pesquisador Gabriel Ferreira apresentará a pesquisa Nanotecnologia baseada em RNA para o controle de Leishmania em vetores: uma alternativa ecosustentável, enquanto no dia 27 a pesquisadora Andressa Ibiapina encerra o mês com o tema Estratégias de saneamento básico para redução da incidência de arboviroses: uma síntese de evidências para políticas públicas, em formato online.
As ações do CIATEN reafirmam o compromisso da Universidade Federal do Piauí com a ciência voltada à transformação social. A presença constante da FAPEPI, como maior financiadora das bolsas de pesquisa, fortalece o vínculo entre universidade e fundação e garante a consolidação de uma rede de pesquisa que coloca o Piauí em posição de destaque nacional na produção de conhecimento científico e na formulação de políticas públicas de saúde.
Ao integrar pesquisa, formação e inovação tecnológica, o CIATEN amplia o alcance da produção científica e contribui para o fortalecimento das políticas públicas de saúde no Brasil, especialmente nas regiões mais vulneráveis do Nordeste.
Fonte: CIATEN/UFPI