Começou na noite da terça-feira (25) o XIII Encontro Regional Nordeste da Associação Brasileira de Educação Musical (Abem), no Hotel Blue Tree Towers. O encontro traz à capital do Piauí, profissionais, estudantes e professores de vários estados do nordeste para discutir o tema “Diversidade humana, responsabilidade social e currículos: interações na educação musical”.
O diretor técnico-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi), Albemerc Moraes, representou a instituição na abertura do evento e ficou maravilhado com a beleza da área. “Já fiquei surpreso com a apresentação do hino do Piauí em uma versão tão rica em variedade musical. Desde já é um prazer fazer parte desse momento histórico já que recebemos pela primeira vez um evento tão importante na área musical”.
Albemerc aproveitou o momento para explicar o papel da Fapepi na difusão científica do estado. “Não existe um estado nesse país que se desenvolva sem considerar a ciência e tecnologia, por isso é com satisfação que a Fapepi conseguiu duplicar o valor do edital que contemplou esse evento, ou seja, mesmo em meio a dificuldades conseguimos avançar e produzir muito mais do que o esperado para esse ano”, comemorou o diretor.
O presidente da Abem, Luís Ricardo Silva Queiroz, explicou que a instituição é uma associação que nasceu em 1991 com o objetivo de congregar professores de música de diferentes níveis e contextos de ensino do Brasil e fortalecer a interação entre os diferentes pares a cerca da educação musical. Hoje é uma associação consolidada, com uma projeção grande no Brasil inteiro, presente em todos os estados e com um bom relacionamento com as universidades. “O Encontro Regional é importante porque é a chance que a instituição tem de colocar em diálogo seus estudantes, professores com os profissionais dos diferentes contextos. É sempre uma troca, aprendemos muito com a realidade de cada lugar, e todos os participantes saem sempre muito fortalecidos”, completou.
Paula Molinare, professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e também coordenadora local do evento, não esconde a satisfação em sediar pela primeira vez o encontro. “Era um grande desejo trazer esse evento para o Piauí. O esforço foi justamente porque nas outras regiões e até outros estados no Nordeste, a produção científica na área da música é bastante forte, mas ainda ouvimos aqui na Universidade as pessoas sendo desencorajados a pesquisar na área de educação musical pela falta de material, quando na realidade nós temos sim, e inclusive exportamos conhecimento com pedagogos brasileiros conhecimentos mundialmente. O Piauí não tinha tomado conhecimento disso, então essa aproximação só tem a beneficiar a pesquisa no nosso estado”.
SAIBA MAIS SOBRE A PESQUISA NA ÁREA DE EDUCAÇÃO MUSICAL
O presidente da Abem, Luís Ricardo, também é professor da Universidade Federal da Paraíba e conta que o Brasil, hoje, tem cursos de música de diferentes naturezas, os de licenciatura são maioria no país sendo que todos os estado da federação tem um curso, mas com realidades muito distintas, já que algumas estão começando uma trajetória na música enquanto outras instituições já possuem cursos há 50 e até 100 anos. “O curso de música da Federal da Paraíba é na verdade um complexo de cursos pois temos desde curso de musicalização para bebês até doutorados. Então, é uma instituição que tem uma área de música muito grande, são quase 100 professores e com uma produção nos diferentes níveis extensão, ensino e pesquisa bastante avançada nessa área”.
A área de maneira geral vem crescendo consideravelmente e cada vez com mais cursos, sobretudo na formação de professores, as pós-graduações tem aumentado e por isso existe hoje uma produção científica considerável da área. A Abem, inclusive, faz circular um periódico Qualis A1 na Capes que ajuda a difundir essa produção.
E para os profissionais em formação ou aqueles que querem optar pela carreira, saibam que a música tem uma realidade institucionalizada bastante consistente. Existe ensino de música em escolas especializadas formais em muitas instituições no Brasil, ou seja, pertencentes à rede de ensino municipal ou estadual; a música na educação básica também está se espalhando pelas escolas, há inserção grande da música na educação superior, inclusive com mais mestrados e doutorados. Fora isso ainda existe o contexto informal de atuação com uma série de possibilidades para esse profissional como os estúdios, bandas, espaços de performance em geral.