Mantido pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Piauí (FAPEPI), através do Edital Fapepi Nº 003/2020 – Auxílio à Publicação, o Programa de Auxílio para Publicação Científica tem apoiado financeiramente o lançamento de livros impressos ou digitais e artigos em publicações periódicas científicas. É o caso do artigo sobre a pesquisa “Membranas de Quitosana com Extrato Etanólico de Própolis”, desenvolvida como trabalho de conclusão do curso (TCC) de Química, no Campus de Picos do Instituto Federal do Piauí (IFPI).
O artigo foi elaborado pelo estudante Felipe Soares Sena, licenciando de Química no IFPI – Campus Picos, sob a orientação dos professores Marina de Oliveira Cardoso Macêdo e Haroldo Reis Alves de Macêdo, ambos do IFPI; e João Marcelo de Castro e Sousa, da Universidade Federal do Piauí (Ufpi). Com a ajuda de custo da Fapepi, o trabalho foi publicado no International Journal of Engineering Research and Applications, e se refere ao desenvolvimento de um novo tipo de biomaterial com finalidade curativa e anti bacteriológica.
Segundo o professor Haroldo Reis Alves de Macêdo, ainda está em andamento a pesquisa baseada na fusão de membranas de quitosana – tipo de substância sintetizada a partir de exoesqueletos de crustáceos – com o extrato alcoólico da própolis. Mas os respectivos resultados iniciais apontam para criar um novo biomaterial a ser usado na possível fabricação de eficazes curativos, com efeitos também anti bacteriológicos, no tratamento de queimaduras e outros tipos de ferimentos.
Etapas vencidas
A pesquisa em questão, ainda de acordo com o pesquisador, carece dos testes biológicos, “in vivo”, com animais, mas já ultrapassou as etapas de caráter físico-químico e verificação ou não da toxicidade da respectiva combinação. O artigo tem como introdução aspectos a respeito dos biomateriais, “qualquer tipo de material de origem natural ou sintética” que sirva como “parte de um sistema que trate, aumente ou substitua qualquer tecido, órgão ou função do corpo humano”.
E registra que a quitosana “é amplamente utilizada em procedimentos para regeneração de pele, uma vez que apresenta efeitos antimicrobianos e de biocompatibilidade, além de estimular a proliferação celular”. Quanto ao extrato alcoólico de própolis o artigo destaca que “tem sido objeto de estudos farmacológicos devido às suas propriedades antibacteriana, antifúngica, antiviral, antiinflamatória, hepatoprotetora, antioxidante, antitumoral, imunomodulatória”.
Portanto, a adição do extrato etanólico de própolis às membranas de quitosana, conforme a conclusão do conteúdo do artigo, possui característica adequada “para utilização como biomateriais”. Haroldo explica que a ideia de aproveitar a própolis da abelha, para combinar com a quitosana, se deve ao fato de que Picos é um importante polo apicultor regional, com larga produção e exportação de subprodutos obtidos da atividade das abelhas, como o mel, a geleia real, o pólen, a cera de abelha, veneno, etc.