O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, sob as diretrizes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – MCTI tornou pública no dia 29 de julho de 2022 Chamada INCT – CNPq nº 58/2022, que tem por objetivo expandir o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) por meio de apoio a constituição de novos INCTs a partir do fomento a propostas de pesquisa de alto impacto científico e tecnológico em áreas estratégicas e/ou na fronteira do conhecimento, visando a solução dos grandes desafios nacionais.

Nos termos do edital, os Institutos Nacionais caracterizam-se como estruturas de pesquisa de excelência que desenvolvem articuladamente programas de pesquisa de alto impacto científico e/ou tecnológico na fronteira do conhecimento, em rede, de caráter interdisciplinar, com forte interação com o sistema produtivo e com outros grupos de outros países, com objetivos e metas claramente definidos e mensuráveis, com foco nas áreas estratégicas para o País.

No âmbito desta chamada nacional, uma proposta saída da Universidade Federal do Piauí (UFPI) foi aprovada, sendo o único projeto representante do estado. Intitulado “Polissacarídeos: plataformas versáteis para o desenvolvimento de produtos e tecnologias sustentáveis”, é um projeto onde pretende-se construir uma INCT organizada em rede de cooperação acadêmica nacional, com contribuições também internacionais de grupos com histórico de cooperação com grupos brasileiros, voltada à pesquisa e trabalhos de pós-graduação com polissacarídeos. Essa plataforma visa permitir a realização de eventos híbridos possibilitando ampla participação de pesquisadores da área, aumentando a formação e mobilidade de jovens com capacitação para pesquisa básica e tecnológica com polissacarídeos.

A proposta foi submetida pelo professor Edvani Muniz, professor titular do curso de Química da Universidade Federal do Piauí (UFPI), onde vem atuando com grupos de pesquisa da área de materiais, no programa de pós-graduação em materiais e em química. Anteriormente ele atuou durante 35 anos como docente na Universidade Estadual de Maringá (UEM). “Essa proposta tem um direcionamento de buscar aproveitar a rica biodiversidade do Brasil em termos de polissacarídeos. Já existem vários grupos de pesquisa no país trabalhando com polissacarídeos, e agora estamos propondo uma rede nacional de estudos nesse campo do conhecimento”, conta o professor.

Também estão entre os objetivos da proposta estudar conceitos fundamentais e desenvolver novos produtos baseados ou contendo polissacarídeos, estreitar a academia com o setor industrial para maior e melhor uso de tecnologias de produção e de utilização de fontes renováveis na área, além de promover ações de empreendedorismo, startups e difusão do conhecimento sobre polissacarídeos nos diversos níveis de educação das escolas brasileiras, para a conscientização da importância da conservação da biodiversidade e do melhor uso destas macromoléculas, contribuindo para a preservação de fontes não-renováveis e diminuição de problemas ambientais relacionados ao uso de polímeros não-biodegradáveis.

De acordo com as diretrizes do edital, a equipe de pesquisadores deve ter no mínimo oito pessoas com grau de doutor vinculados a, no mínimo, três instituições distintas, preferencialmente em diferentes unidades da federação. A proposta aprovada propõe a integração de uma equipe de 51 pesquisadores de 15 instituições (14 públicas e uma privada). As 15 IES estão distribuídas em 9 estados da federação, cobrindo todas as 5 regiões geográficas brasileiras e com cooperações de cerca de 20 grupos de pesquisas internacionais da América do Norte, Sul e Europa. A UFPI é a IES que lidera este projeto de INCT. 

“Com a implantação desta INCT no Piauí, a UFPI e o próprio estado passam a ser referência nessa área de estudo, e esperamos que tenhamos sucesso na execução dessa proposta, que é muito importante para o campo de estudo em materiais, na área da química e a própria ciência piauiense. Esperamos também estreitar relações com a FAPEPI na execução deste projeto, finaliza o professor Edvani.  

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  • Última modificação do post:7 de fevereiro de 2023